Cortei-me os dedos.
As gotas escuras escorrem no papel.
E nos olhos cor de abóbora,
uma singela lágrima.
Na parede a silhueta de uma máscara
Desafiando qualquer mistério.
Tão medonha, porém tão frágil
quanto um véu de tarlatana.
Na colisão do meu olhar fugaz, o fulgor.
Na intimação das suas palavras, a descoberta.
No desejo algoz, a cleptomania de querer o nubente.
Na mente, o peso da culpa.
Dentre mãos alheias envolvo-me, agora.
Apenas por um fino raio d’aurora.
Deus me tantaliza, austero.
Um coração enleado no meio dos trilhos.
Encontrar-me-ei algures.
Lucas M.
Um comentário:
não há palavras que exprimam o que
sinto ao ler essa poesia..
calo-me, tamanha admiração e uma
mistura de não sei o quê, tomam-me!
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