3.7.08



"Chove, pode chover...

Mandem-me trovões, relâmpagos e raios.
Roguem-me pragas, pestes e críticas
Duvidem de minha dignidade,
De minha integridade.
Massacrem minha vida, criem boatos e intrigas
Insultem meu nome, identidade, ideologia
Falem-me de dores, horrores e tristezas
Façam-me perder a calma, paciência, estribeiras
Proíbam-me de me expressar, calem-me.
Enlouqueçam-me com seus desprazeres naturais
Envenenem-me com seu suco social
Abandonem-me nas horas que eu mais precisar
Fechem suas portas, impeçam-me de passar
Arranquem-me os órgãos, torturem-me.
Cassem-me como um monstro,
Definam-me como aberração, doente, minoria
Acorrentem-me nas masmorras da marginalidade
Apontem-me erros, desprezem-me.
Batam-me forte, atirem-me a fogueira, arranquem-me fora o pescoço
Desejem-me a ira dos deuses, o castigo do pecado profano, o inferno
Matem-me com suas línguas afiadas.


...porque o amor verdadeiro
resiste a todas as tempestades.”

Um comentário:

Unknown disse...

perfeito!
muito bom, meeesmo.
e a leitura sem freio nos deixa intensamente envolvidos com o poema!

belíssima conclusão, escrita inteligente.. show!

parabéns, moço! *__*