19.2.08

"O poeta pede ao seu amor que lhe escreva."





Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso,com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.

O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhecea sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.

Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.

Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.

=Frederico García Lorca=

Um comentário:

nilton leal disse...

escrito a tinta rubra!

tinta rubra..